Os preços do ouro subiram nesta terça-feira (6), impulsionados pela crescente demanda por ativos de proteção em meio à cautela renovada nos mercados globais.
O apetite por risco perdeu fôlego, e a combinação entre um dólar mais fraco e quedas nas bolsas reforçou o apelo do ouro como porto seguro, segundo Fawad Razaqzada, analista da StoneX.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para entrega em junho avançou 3,03%, encerrando a US$ 3.422,8 por onça-troy.
A valorização coincide com a retomada das negociações na China, após o feriado do Dia do Trabalho.
“O mercado altista é impulsionado por uma nova onda de investimentos em ouro no país asiático e pelas compras contínuas de bancos centrais, que buscam reduzir a exposição a ativos americanos, especialmente ao dólar”, destacou Adrian Ash, diretor de pesquisa da BullionVault.
Para o JPMorgan, o ouro pode atingir US$ 4.000 por onça no segundo trimestre de 2026, com média de US$ 3.675 ao final de 2025.
Já o TD Securities acredita que o patamar de US$ 4.000 pode ser atingido ainda neste ano.
Apesar da dinâmica, Razaqzada alerta que um eventual progresso nas negociações comerciais entre EUA e China poderia esfriar os preços. No entanto, as expectativas por um “acordo iminente seguem fracas”.
O mercado acompanha agora a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), em busca de sinais sobre o possível início do ciclo de cortes de juros. No front geopolítico, ataques com drones da Ucrânia levaram ao cancelamento de voos em Moscou e outras regiões da Rússia.
Já no Oriente Médio, Israel intensificou bombardeios contra alvos houthis no Iêmen, elevando ainda mais o clima de incerteza global.
Nesta quarta-feira (7), acontecem as reuniões dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil. Os encontros definirão as taxas de juros de cada país e serão anunciados na Superquarta.
Os encontros acontecem sob a perspectiva de incertezas globais, principalmente com os impactos da guerra tarifária intensificada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de abril.
No Brasil, a projeção é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) eleve os atuais 14,25% ao ano, mas em menor grau do que o visto nas últimas reuniões. A decisão deve sair após as 18h30.
Já nos EUA, a estimativa é de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) mantenha o atual patamar de 4,25% a 4,5%. Os dados serão publicados às 15h (horário de Brasília) e a entrevista do chefe do Fed, Jerome Powell, acontecerá às 15h30.
Mercado vê alta de 0,5 ponto na Selic
Em relatório, o Goldman Sachs projeta uma elevação de 0,5 ponto percentual da Selic. O banco norte-americano estará atento às previsões da taxa básica de juros para o fim de 2025 e 2026, por conta da inflação brasileira acima dos 3%, o centro da meta.
O Goldman afirma que a inflação, somada às incertezas da macroeconomia externa, pode deixar “a porta aberta” para movimentos futuros.
“Esperamos que o Copom não feche a porta para um aumento residual menor em junho, mas que se abstenha de oferecer uma orientação específica para a reunião de junho (inclusive não declarando que o ciclo de aumentos terminou)”, escreveu o banco em relatório.
A maior parte do mercado está apostando em uma alta de 0,5 ponto, elevando os juros ao patamar de 14,75% ao ano, mostram dados da B3. Caso se confirme, a Selic alcançará o maior nível desde 2006.
As previsões do mercado captadas pelo Boletim Focus, publicado nesta segunda-feira, reforçam uma alta de 0,5 ponto nesta semana e uma nova elevação de 0,25 no encontro agendado para junho, jogando os juros para 15%.
Porém, antes do fim do ano, o BC já deve iniciar ciclo de corte, reduzindo em 0,25 ponto e fechando 2025 com a Selic em 14,75%.
Para o ano que vem, a expectativa é de juros em 12,5%.
O planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, Jeff Patzlaff, argumenta que o Banco Central brasileiro tende a adotar uma postura técnica mais firme para sustentar as expectativas do mercado financeiro e reforçar sua independência institucional.
“Diante desse contexto, uma nova alta — ainda que moderada — funcionaria como sinal de vigilância e compromisso com a estabilidade de preços, mesmo diante do impacto sobre a atividade econômica”, afirma.
Na mesma linha do “esperar para ver”, o planejador financeiro CFP projeta que o BC mantenha a taxa de juros em 14,75% ao ano na reunião de junho para analisar os efeitos da elevação dos juros, no entanto, outras altas são possíveis.
“Se a inflação seguir surpreendendo negativamente, como tem ocorrido nos núcleos de serviços e nos alimentos, e o câmbio se desvalorizar ainda mais, pressionando os preços e as expectativas de inflação para 2026 continuarem desancoradas, isso comprometeria a eficácia da atual taxa”, diz Patzlaff.
Fed destaca incertezas
No cenário internacional, a guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não traz respostas de como a economia brasileira será afetada no médio prazo, além de mexer com as expectativas do desempenho das atividades norte-americanas.
A diretriz da política econômica de Trump já foi citada pelo Fed como um dos desafios no trabalho da autoridade monetária em perseguir os seus objetivos de gerar emprego e controlar a inflação.
No começo de maio, o presidente dos EUA descartou a ideia de demitir o presidente do Fed, Jerome Powell, mas pressionou novamente por um corte imediato de juros, sob o argumento da redução de 0,3% no PIB do país na comparação do 4º trimestre de 2024 com o 1º trimestre de 2025.
Em relatório, a consultoria LCA4Intelligence afirma que a contração do PIB norte-americano se deu por conta da resposta da indústria e dos consumidores locais, que importam mais por preocupação com a guerra tarifária de Trump.
“O bom comportamento da inflação será desafiado neste 2º trimestre pelo choque tarifário: as empresas têm reportado aumento relevante de custos, e as famílias também estão percebendo um aumento no custo de vida”, escreveu a LCA4Intelligence.
Na avaliação da consultoria, o Fed deve manter a taxa básica de juros na reunião desta quarta-feira (6), possivelmente não sinalizará uma redução na reunião de junho e manterá sua independência frente aos ataques de Donald Trump.
Estão abertas as inscrições para o Exame de Proficiência em Línguas Estrangeiras na USP (Universidade de São Paulo). A aprovação na prova pode ser utilizada como comprovação do domínio do idioma na admissão em programas de mestrado e doutorado na instituição, a depender do programa em que o candidato quer aplicar.
As inscrições devem ser feitas no site da Fuvest até o dia 6 de junho. A prova terá uma única fase, em formato presencial. Os candidatos poderão realizá-la em alemão, espanhol, inglês, francês e/ou italiano.
A taxa de inscrição custa R$ 225. O exame que comprova a proficiência em duas línguas tem custo de R$ 325. O exame de três línguas custa R$ 425. Já o de quatro línguas R$ 525. Nos casos em que o candidato deseja comprovar a proficiência em cinco idiomas será necessário pagar a taxa de R$ 625.
No momento de inscrição será gerado um boleto bancário com data limite de pagamento em 6 de junho. No dia 13 de junho, a Fuvest vai divulgar a lista dos candidatos inscritos e o local de prova.
A prova presencial será realizada nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto:
21/06: prova de alemão (12h30) e prova de espanhol (15h30);
22/06: prova de inglês (8h30), prova de francês (13h) e prova de italiano (16h).
A prova terá duração de duas horas. Serão 30 questões de múltipla escolha. A divulgação da lista dos aprovados no exame será em 11 de julho, a partir das 12 horas.
Em entrevista ao CNN 360°, a ex-deputada estadual e atual secretária de Desenvolvimento Social e Habitação de Valinhos (SP), Célia Leão, afirmou que o episódio em que foi retirada de um voo da companhia aérea Gol por conta de uma almofada ortopédica foi um “desrespeito à questão dos direitos conquistados”.
O caso ocorreu na quinta-feira (1°), quando a ex-deputada embarcava em um voo da companhia em Buenos Aires com destino ao Brasil, quando foi impedida de utilizar uma almofada ortopédica e, posteriormente, removida da aeronave.
Segundo Célia, que é cadeirante há 50 anos, ela informou à comissária de bordo que, por conta de sua condição, é necessário o uso da almofada, para que ela não sinta dores devido à falta de musculatura nas nádegas.
“Ainda disse a ela, a almofada não é uma almofada, é um pedaço do meu corpo… Eu preciso de um tratamento diferenciado para poder sentar em um avião, viajar confortável, viajar sem problemas, com segurança”
Célia Leão, ex-deputada estadual e secretária de Desenvolvimento Social e Habitação de Valinhos (SP)
A secretária ainda afirmou que solicitou quatro vezes que a comissária chamasse o comandante da aeronave para explicar a situação, mas ele não se apresentou. Segundo ela, a discussão durou cerca de 40 minutos.
“Bom, começou um debate desnecessário, ela não foi tão delicada como eu imagino que uma aeromoça deveria ser. Pedi que chamasse o comandante para entender o porquê da almofada e porquê eu tinha que sentar nela, porquê eu não tenho musculatura o suficiente na coxa e nas nádegas para ficar sentada mais que cinco minutos. Ela informou que ele não viria”
Ainda segundo a ex-deputada, ela havia viajado para a cidade quatro dias antes, no domingo (27), também com a Gol, e portando a almofada.
“Começou uma discussão infundada, uma discussão absurda. A Gol não precisava disso. Eu tinha vindo há quatro dias para Buenos Aires, estava voltando e colocando minha almofada para descer três horas depois. Começou um debate muito complicado, muito delicado e muito vexatório, porque eu já estava sentada, com o cinto de segurança colocado, meu marido ao lado, minha filha ao lado do meu marido.”
Para ela, o posicionamento da equipe foi um desrespeito aos direitos conquistados pelas pessoas com deficiência.
“Falta de conhecimento que eu não admito, é inaceitável o que aconteceu nessa aeronave […] Foi um desrespeito a mim, um desrespeito a todos os passageiros que estavam dentro da aeronave, mas foi um desrespeito à questão de direitos conquistados”.
Após o incidente, Célia Leão entrou com um pedido de tutela de urgência no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) no sábado (3). Eles solicitavam que a Gol fosse obrigada a realocá-los sem custo no próximo voo para São Paulo, garantindo acessibilidade, conforto e segurança, além do custeio de estadia e alimentação.
No entanto, a Justiça negou o pedido, com o juiz ressaltando que a solicitação não se enquadrava nas hipóteses previstas para o plantão judiciário e que a decisão anterior deveria ser objeto de recurso, não reexame no plantão.
Posicionamento da Gol
Em nota, a GOL afirmou que a ex-deputada não pôde embarcar já que a almofada utilizada para sua saúde “não estava autorizada para utilização a bordo, podendo representar risco à segurança da passageira“. Leia abaixo a nota na íntegra:
“A GOL informa que, no voo G3 7665 de quinta-feira, 01/05, entre Buenos Aires/Aeroparque (AEP) e São Paulo/Guarulhos (GRU), uma Cliente com necessidades de atendimento especial não pôde embarcar devido à ausência prévia de formulário MEDIF e ao uso de um item de apoio no assento que, segundo avaliação da tripulação e com base nos protocolos da ANAC, não estava autorizado para utilização a bordo, podendo representar risco à segurança da passageira. A Companhia lamenta os transtornos causados à Cliente e ao seu acompanhante e reforça que prestou toda a assistência necessária no momento do desembarque.
Após nova avaliação do caso, com o envio do MEDIF e liberação médica, o embarque foi autorizado para esta sexta-feira, (02/05), com todas as condições seguras e adequadas.
A GOL reafirma seu compromisso com a Segurança — valor número 1 da Companhia — e com o respeito às necessidades individuais de seus Clientes, trabalhando continuamente para aprimorar seus processos de atendimento”.
(Com informações de Beto Souza e Rafael Saldanha, da CNN)
A Mega-Sena realiza nesta terça-feira (6) o concurso 2859, com prêmio estimado em R$ 20 milhões.
A pedido da CNN, Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, realizou um levantamento mostrando quanto rende uma aplicação do valor integral do prêmio, considerando o atual patamar da taxa básica de juros em 14,25%.
A poupança segue com o “menor” retorno, tanto no curto quanto no longo prazo: em um mês, a aplicação renderia pouco mais de R$ 121,5 mil e, após um ano, o ganho seria de R$ 1,4 milhão.
A melhor opção estaria nos CDBs de bancos médios, considerando uma remuneração de 110% do CDI.
Neste caso, os mesmos R$ 20 milhões renderiam R$ 194 mil em apenas um mês e pouco mais de R$ 2,5 milhões em um ano.
O levantamento apresenta os ganhos em percentuais e em reais da poupança, do Tesouro Direto (considerado o título pós-fixado, o Tesouro Selic), CDBs e fundos DI, que acompanham o CDI e a taxa Selic.
As contas já consideram os rendimentos líquidos, ou seja, descontados do Imposto de Renda que incide sobre os ganhos. Apenas a poupança é livre de cobranças.
A simulação considera taxa de administração de 0,5% para os fundos DI e de 0,2% para Tesouro Selic, embora a cobrança varie entre fundos e corretoras.
O sorteio da Mega-Sena será realizado às 20h, no Espaço da Sorte, em São Paulo, e será transmitido ao vivo pelas redes sociais da Caixa.
São oferecidas vagas nas licenciaturas de ciências biológicas, química e pedagogia. Veja abaixo:
Licenciatura em Ciências Biológicas EAD
Bom Jesus do Itabapoana — 20 vagas
Itaocara — 20 vagas
Itaperuna — 20 vagas
Macaé — 40 vagas
Petrópolis — 25 vagas
São Fidélis — 25 vagas
São Francisco do Itabapoana — 30 vagas
São Gonçalo — 40 vagas
Licenciatura em Química EAD
Nova Friburgo — 20 vagas
Paracambi — 10 vagas
São Fidélis — 20 vagas
São Francisco de Itabapoana — 20 vagas
Licenciatura em Pedagogia EAD
Bom Jesus do Itabapoana — 40 vagas
Búzios — 40 vagas
Cardoso Moreira — 30 vagas
Itaperuna — 50 vagas
Miracema — 50 vagas
Santa Maria Madalena — 20 vagas
São Fidélis — 40 vagas
São Francisco do Itabapoana — 40 vagas
A prova será em 22 de junho. O vestibular, às 10h no horário de Brasília, é composto por 45 questões de múltipla escolha e redação, que deverá ser feita com caneta azul ou preta. Os candidatos terão três horas para finalizar as provas.
Veja o cronograma:
Divulgação das notas das provas de múltipla: 01 de julho;
Divulgação das notas de redação: 07 de julho;
Pedido de revisão das notas da redação: 07 e 08 de julho;
Morta em 2008 depois de ser jogada do sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo, Isabella Nardoni completaria 23 anos na última sexta-feira (18). Para marcar a data, a mãe dela, Ana Carolina Oliveira, que atualmente é vereadora na capital paulista, publicou em suas redes sociais uma emocionante homenagem.
Em um vídeo que mostra imagens da vida de Isabella, Ana Carolina diz: “Eu daria tudo para viver mais um aniversário com você”.
Em outra postagem, Ana Carolina mostra objetos que pertenciam à criança, como brinquedos, bichinhos de pelúcia e sapatos, além de aparecer revendo as fotos da garota.
Veja a postagem:
Leia a íntegra do texto da homenagem:
“Filha, hoje você faria 23 anos. Eu fiquei aqui pensando como estaria sua vida agora. Se você estaria na faculdade, se já teria um amor, se ainda dormiria agarrada comigo nos dias mais complicados e como seria ver você, o Miguel e a Mafe crescendo juntos. Você sendo a irmã mais velha, sempre carinhosa e protetora.
Você sabia que é tão difícil? Porque a saudade nunca passou, só mudou de lugar. Tem dias que eu só queria escutar a sua voz me chamando de mamãe, te ver entrando em casa com aquele sorriso que iluminava tudo. Eu guardo tudo de você com tanto carinho, suas fotos, seus desenhos, suas cartinhas.
Às vezes eu fecho os olhos e consigo sentir você aqui comigo. E, por um segundo, só por um segundo, parece que nada mudou. Mas tudo mudou. Mudou o rumo da minha vida. Mudou quem eu sou. Mas uma coisa nunca mudou, nem vai mudar: o grande amor que eu sinto por você. Eu te amo com tudo o que eu sou.
E nesse dia 18 de abril eu só queria te dizer o quão grata eu sou por viver esses cinco anos ao seu lado, minha filha. Eu daria tudo para viver mais um aniversário com você. Feliz aniversário, meu amor. Você vive em mim para sempre. Eu te amo muito. Com muito, muito amor da sua mãe.”
Relembre o caso
Isabella Nardoni foi assassinada no dia 29 de março de 2008.
De acordo com a Justiça, ela foi jogada do sexto andar do prédio onde o pai dela, Alexandre Nardoni, morava, na zona norte de São Paulo.
A investigação revelou que Isabella foi agredida pela madrasta Anna Carolina Jatobá, que a esganou e a asfixiou. Alexandre, em seguida, teria cortado a rede de proteção e jogado a menina. Isabella morreu a caminho do hospital.
Anna Carolina Jatobá deixou a prisão no ano passado, após ter obtido a progressão para o regime aberto. Nardoni, que também está no regime aberto, foi liberado em dezembro de 2024 a passar as festas de fim de ano em um condomínio de alto padrão em Guarujá, no litoral paulista.
Quem faltou ao Encceja em 2024 e pretende prestar a prova neste ano deverá pagar uma multa caso não tenha justificado a ausência ao Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
O prazo para justificar a falta terminou no dia 28 de março. Quem perdeu o prazo, ou teve a solicitação de justificativa reprovada pelo Inep, terá que pagar R$ 40 para realizar as provas deste ano.
Como pagar a multa?
Um boleto será gerado durante a inscrição nas provas de 2025. O pagamento deverá ser realizado até 7 de maio, em qualquer banco ou casa lotérica.
As inscrições para o Encceja, por sua vez, estão sendo feitas pela internet até o dia 2 de maio. As provas serão em 3 de agosto, em todos os estados e no Distrito Federal.
A Polícia Civil do Rio prendeu neste domingo (20) três homens que planejavam um ataque contra um homem em situação de rua. Segundo as investigações, os suspeitos fazem parte de uma organização criminosa virtual que pretendia assassinar a vítima de forma brutal e transmitir o homicídio pela internet em troca de dinheiro.
Os nomes dos presos não foram divulgados.
Agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima e da 19ª DP (Tijuca) cumpriram os mandados de prisão nesta manhã em Vicente de Carvalho, na zona norte da capital, e em Bangu, na zona oeste. A operação que impediu o crime ainda teve apoio da Subsecretaria de Inteligência e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Segundo a Polícia, o assassinato estava sendo planejado por meio de uma plataforma virtual. A intenção era realizar e divulgar atrocidades, como maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro virtual, racismo e incitação ao crime, como forma de “entretenimento”.
O grupo também promovia ataques de ódio contra negros, mulheres e adolescentes, em uma escalada de violência digital com graves consequências no mundo real.
Os três presos são apontados como chefes do grupo e executores da comunidade criminosa virtual. Um deles se apresentava como ativista ambiental, tendo participado de eventos internacionais.
A Polícia Civil informou que segue investigando outros membros do grupo e alerta os responsáveis por crianças e adolescentes sobre os riscos de exposição prolongada e sem monitoramento em ambientes virtuais.
Viajando sozinha no Vietnã, Annie lutou contra dois homens que a atacaram enquanto ela fazia trilha no parque Aviso: Esta reportagem contém imagens e conteúdos que podem ser perturbadores para alguns leitores
Viajando sozinha ao Vietnã, Annie lutou contra dois agressores enquanto caminhava por uma trilha
BBC
Quando Annie Makeeva saiu de Londres para uma viagem solo ao Vietnã em dezembro de 2022, ela nunca imaginou que seria agredida sexualmente por dois "incels" - homens que culpam mulheres por não conseguirem encontrar parceiras sexuais.
Aconteceu no primeiro dia de férias, depois que Annie pedalou 10 km até um parque remoto no sul do país, o Cat Tien National Park.
"Eu decidi pedalar pela trilha da floresta e depois caminhar até o Crocodile Lake, que é a atração principal. Parei no fim da trilha e vi dois homens lá, que eu imaginei que eram turistas".
Mas, minutos depois, os homens seguiram Annie pela floresta e a atacaram.
'Eu comecei a gritar, mas percebi que ninguém ia conseguir me ouvir'
"Assim que eles passaram por mim, o primeiro homem me agarrou. Ele disse algo em vietnamita para o amigo dele, que estava do meu outro lado. Eu olhei para ver se esse amigo estava vindo me ajudar ou se ele também iria me atacar. No fim das contas, ele também queria me atacar", conta.
"Eles começaram a passar a mão em mim. Eu gritei por ajuda, mas percebi que ninguém ia conseguir me ouvir".
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Annie, que é do oeste de Londres, afirma ter ficado muito assustada quando os homens a imobilizaram para tentar jogá-la no chão. Mas ela conseguiu se soltar e se esconder atrás de uma árvore.
Um dos homens a agarrou novamente e olhou para o amigo por um instante. Annie aproveitou a situação e deu um soco forte na nuca dele, deixando-o desorientado.
Neste momento, a turista britânica pegou o celular para tirar uma foto dos homens, o que fez com que um deles lhe oferecesse dinheiro para que ela ficasse quieta.
Quando Annie recusou o dinheiro, a situação mudou. Os homens começaram a se afastar, fugindo pelo caminho por onde tinham vindo.
Annie então teve que decidir se iria na mesma direção que os homens até onde ela havia deixado sua bicicleta, e pedalaria 10 km de volta ao hotel, ou se ela seguiria por 5km até um ponto onde ela sabia que encontraria um guarda florestal e, possivelmente, outros turistas para ajudá-la. Ela optou pela segunda opção.
A BBC viu uma foto dos machucados na parte superior do corpo de Annie. Ela não quis que essa imagem fosse usada na reportagem.
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Annie foi a um tour guiado no Parque Nacional Cat Tien na manhã em que ela foi assediada
Annie Makeeva via BBC
Os homens que atacaram Annie foram detidos pela polícia no mesmo hotel onde ela estava hospedada. A britânica disse que os policiais consideraram o ataque como algo "espontâneo", e não planejado, e que não sabiam o tipo de punição que os homens receberiam, se é que receberiam alguma.
Annie entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido no dia seguinte. Um porta-voz informou à BBC: "Nós prestamos apoio à cidadã britânica no Vietnã e entramos em contato com as autoridades locais".
Annie contou à BBC que ao revisar as orientações do Ministério das Relações Exteriores para mulheres que viajam ao Vietnã, percebeu que as diretrizes tinham sido atualizadas e estavam diferentes de quando ela viajou.
Com dificuldade para lidar com o que aconteceu, Annie decidiu investigar se os homens já haviam feito isso antes.
Ela foi incentivada a tirar uma foto dos documentos de identidade dos homens que haviam sido confiscados no hotel. Quando retornou ao Reino Unido, ela usou a informação para procurar os perfis nas redes sociais.
Mas o que Annie encontrou, a deixou horrorizada.
"Está cheio de imagens violentas. [O conteúdo] é extremamente misógino, e promove a violência contra as mulheres, especificamente contra turistas ocidentais."
"Há fotos de armas - incluindo armas caseiras -, de práticas de tiro. Eles descrevem as mulheres como "prostitutas" e as comparam com animais que devem ser domesticados. E mantêm registro das mulheres que eles atacaram. Eles se vangloriam dos ataques e zombam de nós. É assustador."
Postagens dos homens que assediraram Annie mostram algumas armas
Annie Makeeva via BBC
'Uma câmara de eco da violência contra mulheres'
O perfil na rede social de um dos homens mostra uma imagem de uma mulher sem roupas sendo decapitada e as palavras "o futuro das mulheres". O perfil do outro homem é cheio de vídeos obscenos dele se masturbando com pornografia.
"Eles são incels. Postaram nas redes sociais explicando que eles não conseguiram encontrar alguém para namorar, para ter relações. Eles criaram essa câmara de eco de violência contra mulheres".
"Foi muito difícil para mim voltar à minha vida normal. Eu parei de fazer trilhas. Não gostava de sair de casa à noite ou em qualquer horário", conta Annie, segurando o choro.
"Eu me tornei hipervigilante e isso é exaustivo. Será que eu posso atravessar o parque e ir para a aula de yoga? Quem está atrás de mim no metrô? Eu posso confiar em um colega que entra no elevador comigo?".
Doze ataques
Annie, que trabalha como tradutora, diz que quer conscientizar as pessoas sobre a violência masculina contra mulheres.
"Também quero proteger qualquer mulher que esteja pensando em viajar para aquela região, em qualquer momento."
E acrescenta: "Pode haver outras mulheres que foram atacadas e não sabem por quem ou por quê".
O ataque afetou profundamente a confiança de Annie
BBC
A BBC entrou em contato com a polícia vietnamita e com os próprios agressores, por meio das redes sociais. Não houve nenhuma resposta.
Annie tem certeza de que existem mais vítimas - algo evidente pelas postagens dos homens nas redes sociais.
"No total, foram oito ataques contra turistas ocidentais, três contra mulheres locais e um contra uma turista chinesa", diz Annie.
"Eu sei que há outras vítimas por aí. De certa forma, eu me sinto extremamente sortuda porque o que aconteceu comigo poderia ter sido muito pior".
Se você foi afetado por qualquer um dos temas abordados por nesta reportagem, pode encontrar ajuda e apoio por meio da BBC Action Line aqui.
Redpill, Incel, MGTOW: os grupos masculinos que pregam ódio às mulheres