Corte de imposto de alimento pelo governo tem efeito reduzido na importação

Entre os onze grupos de víveres (NCMs, na {sigla} do Negócio Exterior) que tiveram imposto desunido pelo governo em março, sete apresentaram subida na importação em abril, enquanto quatro tiveram queda. Os números são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Negócio e Serviços (Mdic).
A teoria do governo ao zerar o imposto de importação era permitir que produtos chegassem ao Brasil com menos custos, a termo de reduzir os preços dos víveres.
Para o levantamento, foram comparados dados do Mdic de abril de 2025 (o primeiro mês “fechado” sem tributo) e o mesmo período do ano pretérito.
O ex-secretário de Negócio Exterior Welber Barral afirma que o galanteio teve impacto reduzido até o momento. “Se esperava que não teria muito efeito na importação, até porque, para alguns destes produtos, o Brasil é o maior produtor mundial. Então dificilmente se comprará mais barato de fora”, disse.
Segundo o ex-secretário, todavia, isso não significa que não há impactos sobre os preços. Um dos principais objetivos da medida é fabricar uma espécie de “dissuasão”, em que o mercado interno evita subir preços para não proporcionar as compras do exterior. “Mas isso é difícil de mensurar”, completou Barral.
No período analisado, um dos aumentos mais expressivos está no moca não torrado, não descafeinado, em grão: o Brasil importou US$ 26 milhões em abril deste ano, contra zero no mesmo mês do ano pretérito.
Também se destaca a subida na importação de massas alimentícias não cozidas, nem recheadas ou preparadas, que alcançaram US$ 4,2 milhões, frente a R$ 3,4 milhões em abril de 2024. O milho em grão já apresentava tendência de subida nas compras e saiu de R$ 5,5 milhões para US$ 14,8 milhões.
Por outro lado, mesmo com o imposto zerado, caíram as compras do exterior de carnes desossadas de bovinos, saindo de US$ 14,5 milhões para US$ 14,5 milhões, assim porquê o óleo de oliva extravirgem, que recuou de US$ 64,7 milhões para US$ 40,8 milhões.
Confira a variação entre abril de 2024 e abril de 2025:
Registraram queda na importação
- Óleo de oliva (oliveira) extravirgem
Abril de 2024: US$ 64.709.380
Abril de 2025: US$ 40.847.092 - Carnes desossadas de bovinos, congeladas
Abril de 2024: US$ 14.577.715
Abril de 2025: US$ 10.639.907 - Óleo de girassol, em bruto
Abril de 2024: US$ 1.137.847
Abril de 2025: US$ 1.020.809 - Óleo de palma (que recebeu cotas somente)
Abril de 2024: US$ 34.983.462
Abril de 2025: US$ 28.347.123
Registraram subida na importação
- Outras massas alimentícias, não cozidas, nem recheadas, nem preparadas de outro modo
Abril de 2024: US$ 3.423.476
Abril de 2025: US$ 4.266.363 - Moca torrado, não descafeinado (exceto moca acondicionado em capsulas)
Abril de 2024: US$ 4.695.202
Abril de 2025: US$ 4.874.180 - Moca não torrado, não descafeinado, em grão
Abril de 2024: US$ 0
Abril de 2025: US$ 26.298.308 - Milho em grão, exceto para semeadura
Abril de 2024: US$ 5.509.311
Abril de 2025: US$ 14.828.615 - Bolachas e biscoitos
Abril de 2024: US$ 1.910.215
Abril de 2025: US$ 2.370.850 - Outros açúcares de cana
Abril de 2024: US$ 227.333
Abril de 2025: US$ 256.419 - Preparações e conservas de sardinhas, inteiros ou em pedaços, exceto peixes picados
Abril de 2024: US$ 10.691
Abril de 2025: US$ 54.060