Carga que disparou explosão no porto do Irã foi documentada indevidamente, dizem os investigadores
As autoridades iranianas que investigam uma enorme explosão em um porto estratégico no sul do Irã disseram ter encontrado “declarações falsas” na documentação para a remessa que se acredita ter desencadeado a explosão, que as autoridades dizem que agora matou 70 pessoas.
A explosão no sábado, no porto de Shahid Rajaee, o maior do Irã, desencadeou um incêndio que durou horas e emitiu colunas imponentes de fumaça negra, segundo as autoridades locais.
Um comunicado divulgado na segunda -feira pelo Comitê do Governo que investiga a explosão disse ter encontrado evidências de “não observar os princípios de segurança”. Ele acrescentou que os investigadores estavam buscando identificar aqueles por trás do que descreveu como “declarações falsas” na documentação da carga.
As autoridades iranianas disseram às agências de notícias do estado que a carga deveria ter sido identificada como uma remessa com substâncias perigosas – cujos detalhes não especificaram. Em vez disso, disseram as autoridades, o envio foi classificado e armazenado no porto como um contêiner com bens comuns.
Até agora, as autoridades iranianas divulgaram poucas informações sobre onde e quando a remessa chegou, quais substâncias estavam na carga e que o navio carregava as mercadorias para o porto, que lida com uma parte substancial das exportações de petróleo críticas para apoiar a economia fundadora do Irã.
Uma pessoa com laços com o Corpo de Guarda Revolucionária Islâmica do Irã contado O New York Times na semana passada, em que o conjunto de produtos químicos foi o Perclorato de sódio, um grande ingrediente em combustível sólido para mísseis. A pessoa falou sob condição de anonimato para discutir questões de segurança.
A explosão no sábado foi tão poderosa que os especialistas forenses ainda estavam trabalhando para identificar 22 órgãos das 70 pessoas declaradas mortas, disse o governador da província à agência de notícias oficial Irna na segunda -feira. Entre as quase 1.200 pessoas feridas, disseram a mídia estatal, cerca de 120 ainda estavam sendo tratados em hospitais.
O porto de Shahid Rajaee lidou com 85 % do tráfego de contêineres do Irã no ano passado, de acordo com as estatísticas nacionais. Está situado em uma região sul do Irã ao longo do Estreito de Hormuz, onde o Golfo Pérsico encontra o Golfo de Omã – uma das faixas de transporte mais críticas do mundo para petróleo e gás.
No passado, o porto era um alvo de ataque estrangeiro: Israel lançado um ataque cibernético Em 2020, isso dificultou as operações no porto como parte de seu Guerra das sombras de longa duração com o Irã. Nem autoridades israelenses ou iranianas fizeram declarações para indicar que a explosão da semana passada foi o resultado de um ataque.
Em uma entrevista na televisão na segunda -feira, Ebrahim Azizi, presidente do comitê de segurança e política externa do Parlamento Irã, evitou qualquer referência a um ataque. Ele também não respondeu à especulação do entrevistador sobre se a falsa documentação do importador poderia ter sido uma tentativa de economizar dinheiro.
Em seu comunicado, o comitê prometeu na segunda -feira tornar o resultado de sua investigação pública “o mais rápido possível”.
