Valentin-Yves Mudimbe, 83 anos, morre; Scholar africano desafiou o Ocidente

O Sr. Mudimbe não foi desculpado. “Para a pergunta ‘O que é a África?’ ou ‘como definir culturas africanas?’ Hoje, não se pode deixar de se referir a um corpo de conhecimento no qual a África foi subsumida por disciplinas ocidentais, como antropologia, história, teologia ou qualquer outro discurso científico ”, disse ele a Callaloo. “E esse é o nível para situar meu projeto.”

Valentin-Yves Mudimbe nasceu em 8 de dezembro de 1941, em Likasi, na província de Katanga, do que era então o Congo Belga, para Gustave Tshiluila, um funcionário público, e Victorine Ngalula. Em tenra idade, ele disse em 1991, ele “começou a morar com monges beneditinos como seminário” em Kakanda, no Congo de pré-independência. Ele “não tinha contato com o mundo externo, mesmo com minha família, e de fato não tinha férias”.

Quando ele tinha 17 ou 18 anos, lembrou -se, decidiu se tornar um monge, desta vez entre os “pais brancos” beneditinos de Gihindamuyaga, em Ruanda. Mas, com 20 e poucos anos, já “completamente francofonizados”, ele abandonou a vida religiosa e entrou na Universidade de Lovanium em Kinshasa, se formando em 1966 com um diploma em romance Filology. Em 1970, ele recebeu um doutorado em filosofia e literatura da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. Ele então voltou ao Congo para ensinar.

Na década de 1970, o Sr. Mudimbe publicou, entre outros escritos, três romances, todos traduzidos para o inglês: “Entre Les Eux” (1973), publicado em inglês como “entre as águas”; “Le Bel Immonde” (“Antes do nascimento da Lua”, 1976); e “L’Ecart” (“The Rift”, 1979). Os principais personagens desses romances “acham impossível se amarrar a qualquer coisa sólida”, o estudioso Nadia Yala Kisukidi comentou Em Le Monde.

No final da década de 1970, quando a oferta veio do Sr. Mobutu para ser “encarregada de, eu acho, ideologia e coisas assim”, como o Sr. Mudimbe colocou para Callaloo, ele refletiu que “eu não pensei em mim e ainda não me considero um político”. Depois que ele se estabeleceu nos Estados Unidos, seu foco se voltou para ensaios e filosofia; Entre outros livros, ele escreveu “L’Odeur du Père” (1982), “Parábolas e Fábulas” (1991) e “Tales of Faith” (1997).