Precisamos de um chocolate com colágeno?

Esses dias, chegou uma caixa preta na minha casa.
Não fazia ideia do que era, e muito me surpreendeu descobrir que eu havia, finalmente, sido notada por uma marca de chocolates!
Como jornalista de ciência e beleza, o que mais chega pra mim são suplementos que não funcionam. Ver chocolates me brilhou os olhos e fez meu dia.
Mas a alegria durou até eu entender porque me enviaram: era uma linha de “chocolates funcionais”, acrescidos de ingredientes como vitaminas, minerais, cafeína e até o popular colágeno, alegando uma série de benefícios à saúde.
Infelizmente, nada daquilo era verdade. Seria ótimo comer um chocolate com zinco para melhorar minha imunidade, mas não é assim que nosso corpo funciona.
Os chocolates eram deliciosos, fato. A melhor parte deles era serem bean to bar (quando o fabricante controla todo o processo, da colheita à produção) e terem poucos e ótimos ingredientes! Isso conferiu um sabor único e uma saudabilidade bem maior, quando comparados a outros chocolates que possuem gordura hidrogenada e ingredientes químicos que não fazem bem ao organismo e ao paladar.
Quanto ao aspecto “funcional” da linha, não vejo sentido nesse tipo de comunicação. Chocolate é uma indulgência típica que representa carinho, amor e momentos especiais, por isso é sempre uma boa aposta em eventos como o Dia das Mães, dos Namorados, aniversários, etc.
Eu amo chocolate, mas precisamos admitir que ele não é um alimento essencial e não foi feito para nutrir o corpo, foi feito para nutrir a alma.
Por isso que querer surfar na onda do “funcional”, adicionando nutrientes que não farão diferença dentro de um produto cujo primeiro ingrediente é açúcar, não faz sentido.
Falando com base na ciência, não é porque a pessoa comeu um chocolate com colágeno que a pele vai ficar melhor. Primeiro porque colágeno oral nem funciona, segundo que nenhum produto com bastante açúcar (a base do chocolate) pode afirmar que trará benefícios à saúde física.
É por isso que pessoas obcecadas por “alimentos funcionais” ou dieta sequer comem chocolate.
Assim, não ficou claro exatamente o público que a linha pretende atingir. Eu, por exemplo, amo chocolate, mas não pagaria mais caro num produto “funcional” por causa dessas adições.
No entanto, pago mais caro, sim, em chocolates bean to bar, que prezam por bons ingredientes e por entregar uma qualidade e sabor único.
Nem tudo precisa ser fitness, funcional, wellness, ou qualquer um desses termos que o marketing inventou para vender mais produtos.
Comer um bom chocolate é um afago a si mesmo. Nada mais.
Compartilhe essa matéria via: