20 de maio de 2025

Juros devem permanecer altos por mais tempo, diz Galípolo

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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (19) que, diante do cenário externo incerto e das expectativas desancoradas de inflação, é coerente manter a taxa básica de juros em patamar elevado por um período mais prolongado. A declaração foi feita durante evento promovido pelo Goldman Sachs.

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“Com as expectativas desancoradas e com o cenário que a gente tem assistido, até com o histórico mais recente, faz sentido permanecer com essas taxas de juros em um patamar restritivo por um tempo mais prolongado do que usualmente se costuma praticar”, afirmou Galípolo.

Apesar da sinalização, Galípolo evitou antecipar por quanto tempo a política monetária seguirá em ritmo contracionista. Ele também não revelou o possível guidance da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para junho.

Segundo ele, a ausência de uma sinalização formal dá mais flexibilidade ao Banco Central em um momento de incerteza internacional, especialmente diante dos impactos ainda incertos de novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

“É um grande ansiolítico para todos nós o BC dar algum tipo de guidance em um momento de incerteza como esse. Mas, conversando com os nossos pares, esse é um momento em que o BC não vai poder fornecer esse ansiolítico especificamente”, declarou.

Juros e inflação: decisões com base em múltiplos dados

Galípolo reforçou que eventuais cortes na taxa Selic dependerão de um conjunto amplo de indicadores econômicos, e não de um dado isolado. Para ele, decisões com base em números pontuais podem comprometer o processo de convergência da inflação à meta.

“A gente não devia nem se emocionar com o Caged mais fraco, nem com o dado da indústria mais forte. Temos que reunir dados para confirmar uma tendência”, disse.

Na ata da última reunião, o Copom destacou que a resiliência do mercado de trabalho tem sido um dos fatores de pressão sobre a inflação, influenciando o ritmo da política monetária.

A declaração de Galípolo ocorre em um momento de intensa discussão sobre o rumo dos juros no Brasil, em meio à desaceleração da atividade e à cautela com o ambiente internacional.



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