UE e mais 12 países restringem compra de frango do Brasil

A União Europeia (UE) e mais 12 países restringiram a compra de carne de frango e derivados produzidos do Brasil após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, estado do Rio Grande do Sul.
A China foi o primeiro país a suspender totalmente a compra dos produtos avícolas do Brasil após o caso de gripe aviária. Em seguida, adotaram a mesma postura a Argentina, o Uruguai, Chile, México, Arábia Saudita, África do Sul, Canadá e Coreia do Sul. A União Europeia (UE), que representa outros 27 países, também suspendeu a compra de produtos avícolas de todo o Brasil.
Japão, Emirados Árabes Unidos e as Filipinas restringiram a importação de produtos avícolas apenas oriundos da região afetada pelo foco da gripe aviária.
VEJA TAMBÉM:
-
Gripe aviária pode conter alta nos preços de frango e ovos para o consumidor
-
China e UE suspendem compra de carne de frango do Brasil após foco de gripe aviária
Na sexta-feira (16), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) decidiu suspender temporariamente, as exportações de carne de frango produzida no Rio Grande do Sul para preservar a imagem do produto brasileiro no mercado internacional e acelerar o processo de retomada das vendas externas após o controle do surto.
O foco do vírus no Rio Grande do Sul foi o primeiro já registrado no Brasil em uma granja comercial.
Ministro da Agricultura prevê retomada do mercado nas próximas semanas
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem enfatizado o prazo de 28 dias para controle do surto e retomada das negociações com outros países. O estado sanitário de emergência para todo o país deve durar 60 dias.
“Se em 28 dias não houver nenhum outro caso confirmado no Brasil, nós podemos, baseado em ciência, dizer que o Brasil está livre de gripe aviária em todo o território nacional. O que pode acontecer é que alguns países – como foi no caso do newcastle [em junho de 2024] – ajam como a China, que retirou o bloqueio de todos os 26 estados, mas manteve o bloqueio no Rio Grande do Sul fazendo questionamentos pertinentes àquele ponto do foco até se darem por satisfeitos e confiantes a reabrirem aquele mercado. É assim que a gente espera que aconteça agora no caso da gripe aviária”, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista à CNN Brasil, nesta segunda-feira (19).
Para Fávaro, o prazo para retomada do mercado poderá ser antecipado à medida em que os casos suspeitos surgidos em outros estados sejam descartados.
“Na medida que vai ganhando confiança e transparência é factível que a gente proponha aos compradores que restrinjam [o bloqueio] ao caso do Rio Grande do Sul. É uma negociação diplomática que a gente vai atuar, mas, neste momento, é total robustez no sistema, verificação de todos os casos, barreira sanitária funcionando, reportar com transparência tudo o que está acontecendo e aí, em um segundo momento, começar a revisar os protocolos de restrição”, disse o ministro.
Ministério diz que vistorias seguem em “ritmo acelerado”
Em nota, o Ministério da Agricultura informou que tomou “todas as medidas previstas no Plano de Contingência” para conter a doença.
“Na área com raio de 10km onde se declarou a emergência, as vistorias de propriedades estão em curso e em ritmo acelerado. A área perifocal (raio de 3 km), já teve 29 das 30 propriedades rurais vistoriadas […] Na área de vigilância (7km a partir do raio de 3km), já foram vistoriadas 238 de 510 propriedades”, disse a pasta no domingo (18).
“Durante as vistorias na área perifocal e de vigilância, apenas uma investigação de suspeita foi aberta, isso na área perifocal, e em propriedade de subsistência, o que recebe toda atenção e tratamento da Defesa Agropecuária, mas não possui impacto no comércio internacional, nem na segurança dos alimentos inspecionados”, continua a nota.