17 de maio de 2025

Inadimplência de empresas atinge recorde no Brasil e acende alerta

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A inadimplência entre empresas brasileiras bateu novo recorde em março, atingindo 7,3 milhões de CNPJs negativados — o maior número já registrado desde o início da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas, divulgado pela Serasa Experian nesta sexta-feira (16). Em fevereiro, o total era de 7,2 milhões.

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O volume das dívidas também subiu e alcançou outro recorde: R$ 169,8 bilhões, frente aos R$ 164,2 bilhões registrados no mês anterior. O avanço da inadimplência empresarial levanta um sinal de alerta para o mercado, especialmente diante do impacto que esse cenário pode causar no crédito, nos investimentos e na sustentabilidade financeira dos negócios.

Segundo o levantamento, o setor de Serviços concentra a maior parte das empresas negativadas, com 53% do total. Em seguida, vêm Comércio (34,8%), Indústria (8%), setor Financeiro e Terceiro Setor (3,3%) e atividades do setor Primário (1%).

“O cenário de inadimplência recorde entre as empresas reflete os efeitos prolongados de juros elevados, além das dificuldades de acesso ao crédito, especialmente para os pequenos negócios”, afirma Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian. “Esses são os mais impactados porque, em geral, têm menor capital de giro, maior dependência do crédito bancário e menos margem para absorver oscilações do mercado.”

Os micro e pequenos negócios lideram o índice de inadimplência: 6,9 milhões das empresas negativadas pertencem a esse grupo. Juntas, essas companhias acumulam mais de 48 milhões de dívidas, que somam R$ 146,2 bilhões.

No recorte regional, aparecem:

  • Distrito Federal (40,9%);
  • Alagoas (40,3%);
  • Pará (39,8%);
  • Santa Catarina (24,5%);
  • Espírito Santo (24,8%);
  • Piauí (25%).

Risco sistêmico e efeito em cadeia

O avanço contínuo da inadimplência entre empresas não só evidencia a fragilidade de parte significativa do setor produtivo, como também representa um risco sistêmico para a economia. Especialistas alertam que a persistência desse quadro pode gerar um efeito cascata, dificultando o acesso a crédito, pressionando bancos e fornecedores, além de desacelerar investimentos e gerar mais demissões.

Com o cenário de juros ainda elevados e um ritmo lento de recuperação da atividade econômica, o risco é que esse quadro de inadimplência se mantenha ou até se agrave nos próximos meses, dificultando a retomada de setores-chave.



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