ação sobe forte após balanço depois de tombo histórico no 4T

Após um quarto trimestre de 2024 (4T24) decepcionante, que levou as ações a acumularem queda de cerca de 30%, a Natura (NTCO3) reduziu prejuízo do primeiro trimestre de 2025 (1T25) e o papel sobe forte nesta terça-feira (13). Às 12h33, os papéis da companhia subiam 7,14%, cotados a R$ 10,06.
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A XP Investimentos avalia que a Natura reportou um trimestre ainda longe do ideal, mas melhor que o 4T24, pois a empresa divulgou mais um conjunto de resultados nebulosos, com desaceleração da receita para dígitos únicos altos, principalmente suportada pela Natura, melhorando a rentabilidade na base trimestral, mas a Avon ainda pressiona os resultados.

Após 7 trimestres de expansão de margem, a margem bruta caiu 20 pontos base devido a efeitos pontuais na Argentina, enquanto o mix de produtos (maior participação de presentes) e esforços comerciais táticos compensaram parcialmente um melhor mix de países e ganhos da Onda 2.
Já a margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida) ajustada caiu 2 pontos percentuais (p.p.) devido à reclassificação de investimentos em TI de Capex para Opex, o que deve continuar até o primeiro semestre de 2025, e os royalties da Avon, enquanto a pressão sobre G&A resultou de investimentos contínuos em P&D e iniciativas omnichannel.
O BTG Pactual destaca que a Natura apresentou sinais de recuperação no 1T25, com receita líquida consolidada subindo 9% na base anual, impulsionada principalmente pelo bom desempenho da marca Natura na América Latina, que cresceu 12% em moeda constante e 4% excluindo Argentina. “Em contrapartida, a Avon continuou apresentando resultados fracos, com queda de 12% nas vendas de beleza no Brasil e retração no segmento Home & Style”, comenta.
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O BTG manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 18, uma vez que segue atento à reestruturação da Avon na América Latina e à recuperação de margens.
A equipe do Morgan também destaca que a Natura obteve progresso em relação ao trimestre anteior, “mas ainda há muito trabalho a ser feito”.
A Natura & Co LatAm registrou crescimento de 12% na receita no 1T25, superando a Avon, que teve desempenho fraco na região. A marca Natura no Brasil desacelerou para +8%, enquanto na América Latina Hispânica cresceu 38%. A Avon no Brasil enfrentou queda de 12% na receita de cosméticos.
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Em meio a esse cenário, a Natura informou algumas medidas de reestruturação da Avon Internacional. Segundo a empresa, essas medidas incluem redução de cerca de 1.100 funcionários ou 25% do total da equipe e ações agressivas de corte de custos, que começaram no primeiro trimestre, com o pico desse impacto esperado entre o segundo e o terceiro trimestres.
O Ebitda ajustado da Natura LatAm aumentou 19%, impulsionado pela recuperação das margens e aumento de preços.
O Morgan ainda destaca que a Avon International segue pressionada, com queda de 68% no Ebitda. A Natura fechou o trimestre com dívida líquida de R$ 2,9 bilhões, com a expectativa de desafios temporários devido à inflação, câmbio e implementação da “Onda 2”. Com isso, o banco americano manteve classificação neutra e preço-alvo de R$ 13.