14 de junho de 2025

Estudo confirma o principal uso da cannabis…

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Um novo estudo brasileiro de revisão reforçou as evidências científicas a favor da principal indicação do canabidiol (CBD) em tratamentos de saúde: a capacidade de aliviar casos de epilepsia refratária, que não respondem aos tratamentos convencionais para o problema.

O CBD é um dos princípios ativos da Cannabis sativa e tem sido o grande responsável pelas expectativas em torno da chamada “maconha medicinal”.

Publicada em março, a pesquisa brasileira avaliou estudos feitos com canabidiol ao redor do mundo para tratar crises de epilepsia e constatou uma redução significativa em episódios do tipo na comparação com grupos que usaram um placebo.

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O que apontou o estudo

Em um universo de mais de 1,4 mil artigos científicos abordando temas relacionados a canabidiol e epilepsia refratária, os pesquisadores brasileiros chegaram a seis estudos que atendiam aos critérios de elegibilidade para a análise.

Esses estudos, por sua vez, mostraram uma redução média de 41% no número de episódios em pacientes com epilepsia após o tratamento com CBD. Já para os grupos que usaram placebo, essa redução ficou em apenas 18%.

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Na prática, os resultados apontam uma resposta 127% maior do CBD em tratar o problema quando comparado com os resultados de um placebo. “O canabidiol trouxe um benefício adicional, reduzindo significativamente o número de crises nos pacientes refratários, uma melhora na qualidade de vida e outros benefícios secundários”, resumiu o médico Bruno Fernandes Santos ao Jornal da USP, em entrevista sobre o estudo de revisão, do qual é um dos autores.

De acordo com os pesquisadores, os resultados reforçam que o CBD merece consideração como uma alternativa terapêutica nos sistemas de saúde pública. Ao mesmo tempo, destacam que os índices relativamente elevados de resposta no placebo demandam uma revisão dos métodos de coleta de dados em estudos desse tipo.

CBD é estudado para diversas condições

O CBD tem contribuído para as flexibilizações em torno da Cannabis medicinal graças ao potencial terapêutico e ao fato de não ser a parte psicoativa da planta nem gerar dependência. É diferente do tetrahidocanabinol (THC), princípio ativo associado ao “barato” da maconha, que também pode ter um potencial terapêutico, para outras indicações.

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A epilepsia refratária, atualmente, é a condição com evidências mais robustas de benefícios associados ao uso do canabidiol. Além de crises convulsivas, a substância também vem sendo estudada para outras condições de saúde, com resultados também significativos em casos de esclerose múltipla e dor crônica.

É importante observar que, apesar do interesse médico em torno do CBD, ele não é uma panaceia. Muitas promessas feitas em torno do medicamento, como o manejo do autismo grave ou a redução de sintomas da demência, ainda carecem de resultados mais sólidos, exigindo estudos mais aprofundados para cravar os benefícios.

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