Athletico em estado de martírio: clamor por renúncia de Petraglia

Na Baixada, pela Segundona, o Athletico perdeu para o Atlético-GO: 1 a 0. Em sete jogos em seu campo, ganhou apenas um. Isso quer dizer que o fracasso incorporou a vida do Furacão. Como rotina, deixou de ser surpresa. Quando isso ocorre, o estado deixa ser de desespero para se tornar um martírio. Por isso, escrever do jogo é enganar o leitor, pois nada foi diferente dos jogos que já tinham sido jogados.

O maior de todos os problemas é outro: nem mesmo a derrota como rotina tem o poder de afastar a inércia do Athletico como instituição.

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Não adianta a torcida ofender o presidente Mario Celso Petraglia e gritar para ele ir embora. Por entender que a autoestima não deve existir quando se faz do futebol um negócio, faz ouvidos moucos para a manifestação de arquibancada. Por entender que o Athletico é seu, não vai embora.

O que eu quero dizer é o seguinte: culpar só Mario Celso Petraglia por esse estado de decomposição é não enxergar que o motivo é, de fato, a inércia da instituição. A culpa de Petraglia já não é menor do que a dos conselheiros, porque esses têm poder estatutário de agir em nome da torcida, mas se omitem por alguma espécie de interesse. Bem resumido, o Athletico está cheio de “Petraglias”.

Os conselheiros, sem uma única exceção, porque os que são contra continuam no cargo, não dão esperança. E nessas contradições próprias do Athletico, a única esperança volta a ser Mario Celso Petraglia.

À essa altura da vida, já deve ter adquirido os sentimentos de renúncia, de transigência e de amor incondicional pelos valores de sua vida, incluindo, entre eles, o Athletico. Bem que poderia exercê-los com resignação sincera e chamar os atleticanos que ele concorreu para criar a base de tudo o que tem hoje. A grandeza desse ato seria bem maior do que da grandeza daquele ato praticado em 1995.

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