Governo adia anúncio de pacote fiscal e mantém aumento do IOF

O governo adiou o anúncio do novo pacote fiscal para cobrir o rombo das contas públicas e, por ora, mantém em vigor o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado em 22 de maio. As medidas eram aguardadas para esta terça-feira (3), e havia a expectativa de que parte do pacote substituísse o reajuste do tributo.
Segundo o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, o anúncio das novas iniciativas para as contas públicas ficará para a semana que vem. Até segunda ordem, as novas alíquotas do IOF seguem valendo.
Haddad falou com a imprensa após almoço com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O ministro não quis adiantar as medidas que estão sendo elaboradas e debatidas. Segundo ele, há a necessidade de informar as lideranças do Congresso para que haja um entendimento sobre as propostas do pacote econômico.
Segundo o Haddad, tudo está sendo feito dentro do prazo acordado na última quinta-feira (29), quando, após reunião com Motta e Alcolumbre, foi fixado o prazo de dez dias para apresentação de “medidas estruturantes” visando o equilíbrio das contas públicas.
Também participaram do almoço com o presidente Lula e da coletiva à imprensa o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE); e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
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Haddad disse que, em novo acordo fechado durante o almoço com o presidente Lula, ficou acertado com a presidência do Congresso Nacional que seja realizada uma reunião com os líderes partidários para apresentação e discussão das medidas do pacote econômico no próximo domingo (8).
“Se é necessário apresentar para os líderes, é melhor nós fazermos as coisas com segurança, na política, para que elas sejam sustentáveis”, disse Haddad.
O presidente da Câmara afirmou que há “sintonia” entre a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o governo federal, “para podermos encontrar uma pauta que não apenas resolva de maneira pontual, imediata o problema fiscal do Brasil para 2025”.
Motta afirmou que o objetivo é avançar em uma discussão mais abrangente e mais estruturante em favor do país. Nos últimos dias, o presidente da Câmara vinha se pronunciando de forma contrária ao aumento do IOF, chegando a afirmar que o Congresso poderia suspender a medida.
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