3 de junho de 2025

Anac suspende transporte aéreo de cargas dos Correios

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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu, na sexta-feira (30), todos os voos de transporte de cargas dos Correios em razão de falhas de segurança — a medida começa a valer a partir do dia 4 de junho, próxima quarta-feira.

A medida cautelar foi tomada após uma fiscalização, realizada entre fevereiro e abril deste ano, apontar o descumprimento de medidas determinadas pelo órgão para “identificar e recusar a introdução de artigos perigosos” em cargas enviadas pelo transporte aéreo. A informação foi primeiramente reportada pelo UOL.

De acordo com o documento elaborado pela Anac, os Correios descumpriram “integralmente” medidas de segurança, tais como a restrição de transportar apenas malas postais com conteúdo declarado e a necessidade de um funcionário qualificado acompanhar a preparação dessas cargas. Outras medidas foram cumpridas de forma parcial.

Caso os Correios e as empresas que prestam serviços de transporte aéreo para a estatal comprovem à Anac que cumpriram as medidas exigidas, a suspensão pode ser cancelada.

Além disso, os Correios ainda terão que apresentar um cronograma detalhado de adequação às normas de segurança da agência, assim como uma análise de risco conjunta entre Correios e suas prestadoras de serviço, atestando que as operações estão dentro do nível aceitável de risco.

Presidente dos Correiros disse que problema vem de gestões anteriores

Em entrevista ao Estadão, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, afirmou que a estatal dialoga com a Anac há meses e está empenhada em resolver o problema antes da suspensão entrar em vigor.

“Na próxima terça-feira, 3, haverá reunião para validar as medidas que já haviam sido debatidas. Estamos fazendo tudo. Não houve suspensão e, assim que validarem, essa situação se resolve”, afirmou o presidente.

O presidente dos Correios ainda alegou que o problema vem de gestões anteriores e remonta a 2015. Silva apontou a falta de raio-X nas unidades dos Correios nos aeroportos como uma limitação herdada de outras gestões.

Ele afirmou que foram adquiridos novos equipamentos e realizadas capacitações com as equipes para garantir o cumprimento das normas da Anac. “A empresa estava para ser privatizada e não houve investimentos necessários”, disse.

Incêndio em aeronave no ano passado teria motivado fiscalização e suspensão

De acordo com a Folha de S.Paulo, a decisão da Anac teria sido motivada por um incidente com um avião que fazia o trajeto de Vitória a Guarulhos, em 9 de novembro do ano passado. Oito minutos antes de aterrissar, houve um incêndio em pleno voo que forçou os pilotos a fazerem um pouso de emergência. Os tripulantes escaparam em segurança, mas a aeronave sofreu danos.

O incêndio teria se iniciado em uma carga de baterias de íon de lítio — usadas em equipamentos eletrônicos, veículos elétricos e sistemas de energia solar. Essas baterias têm um componente que pode inflamar e causar incêndio em caso de superaquecimento, danos físicos ou defeitos de fabricação. O transporte aéreo desse tipo de produto não é proibido, mas exige cuidados adicionais.

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