3 de junho de 2025

Moody’s rebaixa perspectiva de nota de crédito do Brasil

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A agência de classificação de riscos Moody’s decidiu nesta sexta-feira (30) rebaixar a perspectiva de nota de crédito do Brasil de “positiva” para “estável”. Apesar da piora na perspectiva, o rating foi mantido em Ba1, um nível abaixo do grau de investimento, que representa a garantia de que o país não corre risco de dar calote na dívida pública.

No comunicado, a Moody’s afirmou que a mudança na avaliação foi motivada pelo ritmo mais lento na construção de medidas para enfrentar a rigidez orçamentária e fortalecer a credibilidade da política fiscal em comparação com outubro de 2024, quando a nota de crédito passou de “estável” para “positiva”.

O agravamento acentuado da capacidade de pagamento da dívida também influenciou na mudança. Mais cedo, o Banco Central informou que a dívida bruta do Brasil atingiu 76,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em abril, R$ 9,2 trilhões em valores nominais, alta de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior.

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Também nesta sexta (30), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou o crescimento de 1,4% do PIB no primeiro trimestre de 2025 ante os três meses finais de 2024. A agência reconheceu o cumprimento das metas de resultado primário e disse esperar que o país estabilize a dívida no médio prazo e mantenha os esforços de consolidação fiscal.

A Moody’s estima que a dívida pública brasileira deve se estabilizar em torno de 88% do PIB nos próximos 5 anos, acima da projeção anterior de 82%, puxada principalmente pelos “juros maiores do que o esperado”.

Além disso, destacou que a manutenção do rating no nível Ba1 reflete a expectativa de continuidade de um crescimento econômico sólido e sustentável, uma economia diversificada e a vulnerabilidade limitada a choques externos do país, devido à posição externa favorável.

A Moody’s sugeriu uma série de medidas como a desvinculação de receitas, a desindexação de benefícios sociais do salário mínimo ou a reforma dos benefícios da seguridade social para criar espaço fiscal e permitir uma possível melhora da nota de crédito.

No entanto, alertou que, se os esforços se mostrarem menos efetivos que o esperado, há o risco de mudar a perspectiva da nota brasileira para negativa. Após a divulgação do relatório, o Ministério da Fazenda emitiu nota reafirmando seu compromisso com reformas estruturantes para garantir o equilíbrio das contas públicas.

“Esse processo tem ocorrido – e continuará ocorrendo – por meio do trabalho conjunto entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional, que demonstraram eficácia ao aprovar diversas medidas relevantes, incluindo uma ampla reforma tributária”, disse a pasta.



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