Azeite falsificado faz mal? Médico sanitarista explica riscos
O governo brasileiro proibiu a comercialização de duas marcas de azeite de oliva nesta terça-feira (20): Alonso e Quintas D’Oliveira. A medida foi tomada após a constatação de falsificação dos produtos.
Em entrevista à CNN, o médico sanitarista Gonzalo Vecina explicou como ocorre a adulteração do azeite de oliva e os riscos para o consumidor. Segundo ele, a falsificação é relativamente comum e fácil de ser realizada.
Dificuldade na identificação
Vecina afirmou que é difícil para o consumidor identificar um produto adulterado. “Se o produto for muito mal adulterado, pelo odor e pelo sabor, ele poderá sentir diferença em relação ao que é um azeite”, explicou. No entanto, em geral, a adulteração é feita de forma mais sofisticada, tornando a detecção quase impossível para o consumidor comum.
O médico sanitarista ressaltou que alguns óleos têm menor interferência no sabor e no odor do azeite de oliva, facilitando a falsificação. Ele alertou que o aumento recente no preço do azeite, devido à seca na Espanha, tornou a prática ainda mais atraente para falsificadores.
Riscos à saúde
Quanto aos riscos à saúde, Vecina tranquilizou que, na maioria dos casos, a adulteração não apresenta grandes problemas. “Se é um azeite de oliva que foi misturado com qualquer outro tipo de óleo, soja, canola, qualquer outro tipo, não tem grandes problemas para a saúde pública, mas o consumidor está sendo enganado na sua boa fé”, explicou.
No entanto, ele alertou sobre o uso histórico do óleo de couza na falsificação, que pode ter efeitos negativos para o sistema cardiovascular se consumido em grandes quantidades. Atualmente, esse tipo de adulteração é menos comum.
Importância da fiscalização
Vecina enfatizou a importância da atuação da vigilância sanitária na fiscalização desses produtos. Ele explicou que a responsabilidade principal é do Ministério da Agricultura, com apoio do sistema de vigilância sanitária.
O médico sanitarista também destacou a importância da denúncia por parte da população. “Tem que haver denúncia porque não tem como estar em todos os lugares, nenhuma polícia está em todos os lugares”, afirmou.
Para os consumidores, a recomendação é desconfiar de preços muito baixos e verificar cuidadosamente a rotulagem dos produtos. Em caso de suspeita, é importante fazer uma denúncia aos órgãos competentes.