12 de maio de 2025

Brasileiros buscam atacadistas para driblar alta no preço dos alimentos


O aumento dos preços dos vitualhas é um dos grandes vilões do orçamento das famílias brasileiras, que estão recorrendo aos atacadistas para driblar a carestia.

O movimento foi tomado pela pesquisa da Brazil Panels Consultoria, em parceria com a Behavior Insights. Segundo o levantamento, 41,8% dos brasileiros passaram a comprar vitualhas em redes atacadistas para evitar preços maiores.

O estudo também mostrou que o dispêndio de vida aumentou nos últimos 12 meses para 95,1% dos entrevistados. Somente 3% consideram que os preços permaneceram estáveis e 1,9% percebem uma redução.

Os vitualhas e bebidas são os grandes responsáveis por retirar a última prévia da inflação medida pelo Instituto Brasílio de Geografia e Estatística (IBGE).

O aumento de 1,14% no setor esculento pressionou em 0,25 ponto percentual na subida de 0,43% do Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Vasto — 15 (IPCA-15) de abril.

Segundo 94,7% das pessoas que responderam à pesquisa, o setor de alimento é o que sofre maior pressão.

A percepção de aceleração no aumento dos preços também é elevada na pesquisa. Para 97,2% dos consumidores, os valores dos vitualhas subiram aceleradamente, tornando a inflação uma preocupação cotidiana.

Outras mudanças de comportamento foram observadas na pesquisa: mercados de bairro passaram a ser mais utilizados pelos consumidores (17,4%) e as feiras de rua tiveram maior procura dos entrevistados (5,4%).

Claudio Vasques, CEO da Brasil Panels, explica que a subida nos preços têm efeito drástico no consumo da população brasileira. Para ele, a inflação não impacta somente o orçamento, mas pressiona uma reorganização nas prioridades de consumo.

“Pode parecer apenas um número, mas pense bem: se quase 9 em cada 10 pessoas sentem o peso da inflação justamente no prato de comida, o que isso diz sobre o futuro da segurança alimentar no país? Talvez seja a hora de olhar com mais atenção não só para o que está na mesa, mas para o que está faltando nela”, diz.

A procura por valores mais em conta também reduziu a quantidade de itens no carrinho. O levantamento revela que mais da metade da população (50,5%) deixou de comprar óleo.

A mesocarpo bovina também deixou o carrinho de 46,1% dos entrevistados. Produtos básicos e tradicionais do dia a dia, porquê moca (34,6%), ovos (20%), frutas e verduras (12,7%), leite (9%) e arroz (7,1%), integram a lista de cortes.

“A inflação tirou mais que o poder de compra: tirou itens do carrinho que antes eram considerados essenciais”, pontua Vasques.

A longo prazo, nos próximos 12 meses, os resultados da pesquisa apontam para um cenário onde 65,9% dos brasileiros acreditam que o dispêndio de vida continuará aumentando, enquanto 23% esperam que os preços subam.

Para 8% os valores ficarão estáveis e 3,1% consideram que haverá redução.

Uma solução provável para os entrevistados seria a subtracção dos impostos sobre produtos básicos — 61,6% acreditam que uma medida porquê essa poderia reduzir os preços.

“A expectativa de inflação acelera a cautela e reduz o consumo. A população e as empresas estão sob forte pressão, não somente pelos preços, mas também pelos efeitos de juros elevados”, avalia o CEO.

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