Comissão da Câmara convoca Mauro Vieira para explicar asilo diplomático
A Percentagem de Relações Exteriores e de Resguardo Pátrio (CREDN) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (23), a convocação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para prestar esclarecimentos sobre a licença de asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por depravação no caso Odebrecht.
Durante a reunião do colegiado, optou-se pela convocação, posteriormente a argumentação de deputados da oposição de que o ministro se mostrava indisponível para ida ao Congresso Pátrio.
Em 26 de março, a percentagem já havia reconhecido invitação para o chanceler. “Desde a aprovação, não conseguimos nenhum tipo de retorno por parte do Itamaraty”, afirmou o presidente do colegiado, deputado Filipe Barros (PL-PR).
“Foi sugerida uma data para um moca, desta presidência com o ministro, numa quarta-feira, no horário dessa reunião. Imediatamente eu sugeri que tomasse um moca com os coordenadores da percentagem e depois descesse ao plenário. Isso já faz aproximadamente duas semanas. A equipe do ministro deixou de responder”, acrescentou.
A última data oferecida pela assessoria de Mauro Vieira, conforme Barros, seria o dia 27 de maio. “Eu acredito que não é razoável e beira o desrespeito ao plenário desta comissão, o ministro depois de 30 dias sugerir mais 40 dias para comparecer. Creio que, nesse momento, só nos resta a convocação para que a gente tenha a presença do ministro”, explicou.
Revelação de repúdio
A reunião do colegiado foi oportunidade com uma sintoma de repúdio por segmento da presidência da percentagem. Na avaliação de Barros, ao apoiar uma vez que exilada a ex-primeira-dama condenada por depravação, o Brasil “envia uma péssima mensagem ao mundo ao distorcer os preceitos da convenção sobre asilo diplomático de 1954, que não prevê, sob nenhuma circunstância, a concessão desse benefício a corruptos”.
Deputados membros do colegiado também apontaram uma vez que agravante o roupa de Heredia ter sido trazida ao Brasil por meio de um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
“É injusto que a nação brasileira tenha que pagar por uma conta, por uma atividade, e ter que se responsabilizar pelos atos de corrupção, e ainda termos que dar guarida a ela. Atentou contra aquele país e agora vem para o nosso país gozar das suas férias”, disse a deputada Sílvia Waiãpi (PL-AP).
Relembre o caso
Nadine e o fruto, que é menor de idade, chegaram ao Brasil na semana passada, em um avião da FAB.
A ex-primeira-dama e seu marido, o ex-presidente Ollanta Humala, foram condenados a 15 anos de prisão pela Justiça peruana por recebimento ilícito de recursos da empreiteira brasileira Odebrecht (hoje Novonor) para campanhas eleitorais.
Levante teor foi originalmente publicado em Percentagem da Câmara convoca Mauro Vieira para explicar asilo diplomático no site CNN Brasil.