12 de maio de 2025

Morte de menina que inalou desodorante escan…



O caso da moçoila que morreu depois inalar desodorante depois de ver um repto na internet é devastador, mas não é solitário. Os desafios virais, hoje, se espalham uma vez que pólvora e chegam com promessas de pertencimento, nomeada e validação.

Durante muito tempo, acreditamos que nossos filhos estavam seguros dentro de vivenda. Mas hoje, com um celular na mão e chegada irrestrito à internet, o quarto deixou de ser um lugar protegido. Nossos filhos podem estar fisicamente presentes, mas emocionalmente isolados. E é aí que mora o transe.

Quando um jovem está emocionalmente sozinho, esse tipo de teor encontra terreno fértil. O problema não é só o vídeo, é o vazio que vem antes dele.

Neste contexto, a verdadeira pergunta que precisamos fazer é: que tipo de vínculo essa garoto tem dentro de vivenda? Que tipo de afeto, de escuta, de presença ela recebe?

Quando não há vínculo dentro de casa, o jovem busca pertencimento fora.

Continua após a publicidade

E aí, qualquer espaço que ofereça escuta, atenção e acolhimento, mesmo que distorcido, pode se tornar uma referência. É nessa hora que entram os discursos perigosos, os desafios absurdos, as comunidades que incentivam o ódio, o bullying, a misoginia.

O maior risco não é a rede social em si. É a falta de diálogo. A falta de afeto. A ausência de presença genuína. Não se trata de vigiar ou controlar. Trata-se de participar, de furar espaço pra conversa sem julgamento, de edificar crédito todos os dias.

+Leia também: Adolescência cutuca culpa dos pais diante do imponderável

É simples que devemos orientar sobre o uso das redes. Mas o que mais protege é o que vem antes da regra, que é o vínculo. Porque o siso crítico não nasce pronto, ele se desenvolve com o exemplo, com a escuta, com o afeto.

Continua depois a publicidade

Crianças e adolescentes precisam saber que podem racontar com os adultos. Que podem errar e ainda assim serão acolhidos. Que podem falar sobre o que viram, sobre o que ouviram, sem pânico. E isso só acontece quando existe crédito. Quando há presença.

Quando existe um lar que educa, orienta e protege. Não com gritos, mas com conversa. Não com pânico, mas com segurança emocional.

Nossos filhos não precisam de sublimidade. Precisam de atenção. De adultos disponíveis, interessados, afetuosos. Porque onde falta afeto, o algoritmo preenche. E onde falta escuta, qualquer influência pode virar mando.

Continua depois a publicidade

A internet amplia riscos, sim. Mas o que salva e sempre salvou, continua sendo o mesmo: vínculo, afeto, presença e diálogo. Todos os dias.

*Priscilla Montes é educadora parental certificada pela Positive Discipline Association.

Compartilhe essa material via:

Continua depois a publicidade

 

 





Crédito de Conteúdo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *